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16 de Fevereiro de 2015 - 13:31h
Protetor de Cárter: Use-o ou Deixe-o.

Fonte: Autoesporte

Se você já entrou em uma concessionária para se informar sobre um carro 0 km, deve ter ouvido muito sobre protetor de cárter. O item é usado como uma espécie de moeda de negociação, e pode ser oferecido pelo ansioso vendedor como acessório, muitas vezes até empurrado como bônus.A principal função dessa estrutura de aço (ou fibra) que fica sob o motor é evitar que pedras, e também lama e água, atinjam o cárter, recipiente que aloja o óleo lubrificante. Protege ainda componentes como correias, alternador e compressor de ar-condicionado. No Brasil, por conta de lombadas e buracos, muitos o consideram indispensável para carros de passeio, com a função extra de levar a pancada no lugar do cárter. Mas sua necessidade não é consenso.
Nos EUA, é raro um carro ter o componente. Em regiões da Europa com muita neve, ele serve para proteger o motor da corrosão do sal jogado nas ruas. No Brasil, devido ao pavimento ruim, há marcas que aconselham o uso para determinados tipos de veículo e já deixam provisão para fixação. “Uma regra inteligente é ter o protetor de cárter em carros mais baixos e suscetíveis a danos”, sugere o engenheiro mecânico Francisco Satkunas, diretor da SAE Brasil (Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade).

Mas há também muitos carros que já saem de fábrica com o protetor de cárter. É o caso de veículos mais baixos, como esportivos, de uso rural, como picapes grandes, ou modelos com uma proposta aventureira. No geral, porém, é preciso comprá-lo como acessório de concessionária, por preços que variam de R$ 100 a R$ 300: “Seu uso depende muito do veículo e do tipo de uso, mas também tem o apelo mercadológico. É um negócio para os concessionários”, admite Ricardo Dilser, consultor técnico da Fiat.
Algumas montadora, no entanto, dispensam o uso do equipamento, como a Volkswagen. A marca afirma que o quadro auxiliar (subchassis) de seus carros preserva a área do cárter contra eventuais impactos.

Peças originais

Caso você trafegue por vias sem pavimentação, com cascalho e várias irregularidades, e decida contar com a proteção adicional do protetor de cárter, opte por um produto homologado pela fábrica. Equipar um carro com o item não aprovado é como usar cabo de vassoura para travar a porta de casa. Há todo um trabalho de engenharia para desenvolver o equipamento, que respeita o projeto, a estrutura, pontos de fixação e outras características do veículo: “É muito importante que o equipamento seja original de fábrica, devido à homologação interna. Assim como qualquer outro componente original, o fabricante terá responsabilidade pela sua perfeita função”, adverte Satkunas.

Ruídos e vibrações são os menores males que um protetor fora das especificações ou mal-instalado vai causar. Um item “pirata” pode comprometer a circulação de ar, interferir na aerodinâmica, elevar a temperatura no motor e, com isso, reduzir a vida útil de peças plásticas e do lubrificante. Em casos extremos, o item errado interfere na dinâmica de um acidente. Em uma batida frontal, o motor pode ter seu deslocamento “natural” alterado: “Pode até mesmo atrapalhar o funcionamento dos airbags, já que o item não homologado interfere na dinâmica do veículo”, alerta Mario Furtado, gerente de marketing de pós-venda da Nissan.

Opinião comum aos especialistas ouvidos é que na prática o protetor não influencia na dinâmica, pois o peso não é tão grande assim. E não compromete a aerodinâmica de um carro: “Tecnicamente muda, mas, na prática, os efeitos são nulos. Se pegarmos na matemática, nos cálculos, pode haver alguma alteração. No dia a dia, o protetor não altera significativamente nem o peso, nem o fluxo de ar”, pondera Dilser, da Fiat. Os itens originais costumam ter elementos vazados para reduzir o peso e dar passagem ao ar. Ou seja, sem polêmica nesse ponto: protetor tem que ser homologado.

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